sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Fisioterapia e Prevenção de Quedas na Terceira Idade

 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o envelhecimento saudável decorre da manutenção da capacidade funcional (CF) ao longo da vida, a qual possibilita o bem-estar e melhor qualidade de vida em idades mais avançadas.

Entretanto, o processo de envelhecimento é marcado por diversas alterações biológicas, físicas, emocionais e sociais e dentre elas estão a redução da massa óssea e muscular, limitações das atividades de vida diária (AVD), isolamento social, aumento do risco de quedas e elevação nas taxas de morbimortalidade.

Define-se queda como um evento que ocorre quando uma pessoa inadvertidamente cai ao chão ou outro nível mais baixo; às vezes, uma parte do corpo colide contra um objeto que interrompe a queda. Normalmente, os eventos causados por distúrbios agudos (p. ex., convulsões, acidente vascular encefálico) ou grandes riscos ambientais (p. ex., ser atingido por um objeto em movimento) não são considerados quedas.

As quedas são a terceira causa de mortalidade entre pessoas acima de 65 anos no Brasil, logo, a manutençãoda capacidade funcional na população idosa é essencial.

As quedas ameaçam a independência dos idosos e causam uma cascata de problemas individuais e socioeconômicos.

Muitos idosos se tornam relutantes em relatar uma queda porque a atribuem ao processo de envelhecimento ou por temer posterior restrição de suas atividades ou serem institucionalizados.

Quando as quedas não são relatadas e as medidas preventivas não são instituídas, os pacientes estão em risco de uma nova queda, o que impõe uma carga significativa sobre o sistema de saúde. Espera-se que essa carga aumente, dado o crescimento projetado de envelhecimento da população.

Quais são as causas de uma queda?

As quedas podem ser causadas por uma variedade de fatores, e entendê-los é crucial para prevenir acidentes e garantir a segurança. Entre as causas mais comuns estão os obstáculos no caminho, como tapetes soltos ou objetos fora do lugar, que podem desestabilizar uma pessoa enquanto ela caminha. Também existem fatores relacionados à saúde, como fraqueza muscular, problemas de equilíbrio ou mesmo efeitos colaterais de medicamentos, que podem contribuir para a perda de estabilidade. Além disso, condições ambientais, como pisos escorregadios, iluminação inadequada ou escadas mal projetadas, podem aumentar significativamente o risco de quedas. Em idades mais avançadas, a combinação desses fatores torna-se mais crítica, e é por isso que a conscientização e a adaptação do ambiente são essenciais para a prevenção de quedas.

O fator mais predominante de poder haver uma queda, é se já houve queda anterior, onde é causada através de outras causas anteriores, como:

  • Fatores intrínsecos (declínio relacionado com a idade da função, distúrbios e efeitos adversos de medicamentos);

Alterações relacionadas à idade podem comprometer os sistemas envolvidos na manutenção do equilíbrio e da estabilidade (p. ex., ao permanecer em pé, andar ou sentar-se) e aumentam o risco de quedas. Acuidade visual, sensibilidade ao contraste, percepção de profundidade e adaptação ao escuro declinam. Perda ou distúrbios sensoriais e disfunção cerebelar podem diminuir os reflexos posturais e prejudicar o equilíbrio. As alterações dos padrões de ativação muscular e a capacidade de gerar força muscular e velocidade suficientes podem prejudicar a capacidade de manter ou recuperar o equilíbrio em resposta a perturbações (p. ex., pisar em superfície irregular, colisão).

  • Fatores extrínsecos (riscos ambientais);

Os fatores ambientais podem aumentar o risco de quedas independentemente, ou de modo mais importante, interagindo com fatores intrínsecos. O risco é maior quando o ambiente exige maior controle postural e mobilidade (p. ex., ao caminhar sobre uma superfície escorregadia) e quando o ambiente não é familiar (p. ex., quando se muda para uma nova casa).

  • Fatores situacionais (relacionados à atividade específica ou às circunstâncias de uma atividade — por exemplo, apressar-se para ir o banheiro no meio da noite);

Certas atividades ou decisões podem aumentar o risco de quedas e lesões relacionadas. Exemplos são

  • Andar enquanto fala;
  • Distrair-se com múltiplas tarefas e depois não perceber um risco ambiental (p. ex., um meio-fio ou um degrau);
  • Apressar-se para ir ao banheiro (especialmente à noite, quando não estão totalmente despertos ou quando a iluminação pode ser inadequada);
  • Correr para atender o telefone.

A demência pode exacerbar muitas dessas situações perigosas que levam a quedas. O prejuízo na cognição, no julgamento e na percepção do risco podem fazer com que os idosos se distraiam, se apressem e não percebam os riscos ambientais, aumentando significativamente o risco de quedas.

Como prevenir as quedas nos idosos?

O foco dever ser a prevenção ou diminuição do número de futuras quedas e de lesões relacionadas a quedas e, ao mesmo tempo, manter o máximo possível das funções e independência do paciente. No exame clínico periódico ou na consulta preventiva de saúde, deve-se perguntar aos pacientes sobre quedas no último ano e dificuldades com o equilíbrio ou a deambulação .

Pacientes que relatam uma única queda e não têm problemas de equilíbrio e marcha no teste de levantar e andar ou em teste similar devem receber informações gerais sobre a redução do risco de quedas. Isso deve incluir a maneira de utilizar os medicamentos de maneira segura e a diminuição dos riscos ambientais.

Pacientes que relatam mais de uma queda ou um problema com equilíbrio ou marcha devem passar por uma avaliação para quedas a fim de identificar os fatores de risco e as oportunidades para reduzir o risco.

Como a Fisioterapia pode ajudar?

Os pacientes que caíram mais de 1 vez ou tiveram problemas nos testes iniciais de equilíbrio e de marcha devem ser encaminhados à fisioterapia ou a um programa de exercícios. A fisioterapia ou os programas de exercício podem ser realizados em casa, se os pacientes tiverem dificuldade de locomoção.

Os fisioterapeutas personalizam programas de exercícios para melhorar o equilíbrio e a marcha e para corrigir problemas específicos e condições subjacentes que contribuem para o risco de queda.

A prática de exercícios de força ajuda a população idosa na manutenção da massa
muscular e da densidade óssea, enquanto os exercícios de equilíbrio melhoram a estabilidade corporal.

Alguns indivíduos se beneficiam do uso de dispositivos de apoio (p. ex., bengala, andador). A bengala pode ser adequada para pacientes com comprometimento mínimo da musculatura unilateral ou da articulação, mas os andadores, especialmente os com rodas, são mais apropriados aos indivíduos com risco aumentado de quedas atribuível à fraqueza bilateral das pernas ou coordenação prejudicada (os andadores com rodas podem ser perigosos para indivíduos que não conseguem se controlar adequadamente). Os fisioterapeutas podem auxiliar no ajuste ou no tamanho dos dispositivos e ensinar os indivíduos a usá-los.

Portanto, a prática regular de exercícicos físicos promove melhoras significativas nos aspectos equilíbrio, flexibilidade, funcionalidade e aumento da resistência muscular, reduzindo o risco de quedas e consequentemente quebrando o ciclo vicioso de quedas.

LOB Fisioterapia

https://lobfisioterapia.com/2025/01/31/fisioterapia-e-prevencao-de-quedas-na-terceira-idade/


Fisioterapia e Prevenção de Quedas na Terceira Idade

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